sexta-feira, 18 de julho de 2008

ARRUMANDO PASTAS

Tenho manias de pastas... Pasta de receitas de trico. Pasta de cartões do marido, dos filhos dos netos, dos amigos , cartões de natal,lembrancinhas de casamentos, aniversários, nascimentos,bodas,artesanato etc... e também pasta de artigos interessantes. E de vez em quando dou aquela arrumadinha e daí saltou da pasta este artigo.
Espero que gostem.
Beijoca.
Nilda.

Rio Claro, Sexta-feira, 11 de Março de 2005 - Jornal Cidade

TUDO MUDA!

Imara Hebling Camargo


Antigamente os carros não tinham cinto de segurança, nem apoio de cabeça, nem, seguramente, air-bags. No banco de trás era uma festa, era divertido e não era perigoso. Quando viajávamos, era o lugar certo da "faro­fa".
As barras das camas e os brinquedos eram multicoloridos, ou pelo menos, envernizadas e com tintas contendo chumbo ou outros produtos tóxicos. Naquele tempo não havia proteção in­fantil nas tomadas elétricas, portas, me­dicamentos e outros produtos químicos de limpeza. E ninguém ficava doente por isso. 0 máximo que acontecia era cair do berço.
Podia-se andar de bicicleta sem capa­cete. Íamos para todos os cantos, princi­palmente quando os pais nos pediam para comprar alguma coisa. E largávamos a bicicleta de qualquer jeito e em qualquer lugar, porque quando voltávamos ela estava do jeito que havíamos deixado.
Bebia-se água da mangueira de regar, num chafariz ou não importa qualquer outro sítio, sem que fosse água mineral. Podíamos partilhar uma limonada com a mesma garrafa sem receio de contagio. Junto com um belo sanduíche de morta­dela.
Podíamos engolir toneladas de doces, torradas com manteiga e beber bebidas com açúcar de verdade, mas ninguém tinha excesso,de peso, porque estávamos sempre gastando energia, seja na escola ou com as outras crianças.
Tínhamos o direito a brincar na 'rua com uma única condição: estar de volta
. antes de anoitecer. E não havia 'GSM' e ninguém sabia onde estávamos"nem o que fazíamos. Mesmo a noite, a vizinhan­ça se reunia e muitas vezes alguns dos pais saiam a porta para pedir para que não gritássemos tanto.
Arranjávamos algumas brigas, mas ninguém era levado a tribunal por isso. De vez em quando havia algumas dis­cussões e não éramos processados por injuria, calunia ou difamação, com o objetivo de tirar proveito de alguém. Não dávamos muito valor para o dinheiro. Mesmo quando havia grande bagunça, ninguém era culpado, exceto nos mes­mos.
Não tínhamos Playstation, Nintendo 64, X-Box, jogos, 99 programas de TV por cabo ou satélite, nem vídeo, nem Dolby surround, nem computador, nem chat na internet, mas nos tínhamos uma coisa muito mais valiosa: os amigos.
Podíamos sair, a pé ou de bicicleta para ir a casa de um colega, mesmo se ele morasse a vários quilômetros, bater a porta ou simplesmente entrar na casa dele e sair para brincarmos juntos. Todos se conheciam e conheciam nossas famí1ias e nossas casas também.
Nosso mundo era a rua. Jogávamos futebol, queimada e voleibol e se um de nós não era selecionado uma vez, não havia traumas psicológicos, nem era o fim do mundo. Todos participavam, sem distinção alguma.
Por vezes, um aluno que estudasse menos que os outros tinha que repetir. Ninguém era enviado ao psicólogo ou ao psiquiatra. Ninguém era disléxico, hiperativo, nem tinha "problemas de concentração". 0 ano era repetido e pron­to. Cada um tinha as mesmas oportuni­dades que os outros.
Se falarmos sobre isso para os mais jovens, poderão achar que na nossa épo­ca era tudo muito chato e sem graça. Porque tudo muda. No entanto, com a experiência de vida que adquirimos, podemos concluir que éramos felizes. E não sabíamos.
(A colaboradora e consultora de treinamento da FIESP.
E-mail: ihc_­assessoria@uol.com.br)

10 comentários:

Nilda Biagio disse...

Olá AMIGA
QUANDO FUI CONFERIR MEUS RECADINHOS E VI O SEU FIQUEI MUITO FELIZ...ESTAVA SENTINDO SUA FALTA!
TENHA UM LINDO FINAL DE SEMANA!
BJ
NILDA

CLAUDIA LIMA disse...

Adorei esse artigo, mas me identifiquei mesmo foi com suas "pastinhas" Sou exatamente assim, também. Porém não tão organizada como você. Bjus.

trichegege disse...

Pois é Nilda o mundo mudou nós mudamos e não tem volta acho que se um dia tivermos que viver sem pc vai ser muito duro, agorinha mesmo minha filha veio da sala e me disse nossa como a gente ficou dependente de tv p/assinatura, eu etava entrando no seu blog quando ela falou, aí lí o texto e não aguentei tenho que comentar porque é muita coincidência.

Anônimo disse...

Nilda, Maninha.

Hoje eu não podia deixar de lhe fazer uma visitinha, dia dos Amigos...e a mana é uma pessoa muito especial!
Feliz por ler sobre seu trabalho voluntário, quanto mais divulgarmos, mais pessoas podem se encantar com ele.
Beijos, Bel

Maria Salete Padilha de Souza disse...

Olá vim lhe desejar um Feliz Dia do Amigo!

Anônimo disse...

Nilda, hoje é que eu vi que você passou lá pelo meu blog e deixou um recado. Acontece que seu comentário foi parar no spam, e eu raramente abro a caixa de spam, por isto só fui ver hoje, meses depois!

Já aprovei o comentário e volte sempre que quiser.

[]'s,
Maria

glaucia disse...

esta mensagem é a mais pura verdade, mas o progresso tb tem suas coisas boas, facilidades, conforto e amigas virtuais. abraços e bom final de semana.

Wal disse...

Oi Nilda, esse negócio de tudo arrumadinho é coisa de virginiana! Será?!...
Eu além de ter pastas em armários tenho também no PC, que mania!... Deixa a gente mais tranquila, não é?
Um ótimo fim de Domingo e uma semana maravilhosa.Abraços da Wal

Fazendo Artesanato Receitas disse...

Olá Nilda !!!
Seus trabalhos sempre lindos, dignos de parabens e seus artigo tbm eu amo, reflexões ótimas e inteligentes, gostei muito dessa amiga,obrigada por compartilhar.
Obrigada pelas suas visitinhas sempre tão carinhosas e queridas.
Desejo que voce tenha uma excelente e abençoada semana.
Beijosssssss
Márcia

Amiga, vá até o meu blog que tem lá Prêmio, Desafio e Mimo pra voce.
Beijocassss
Márcia

Unknown disse...

obrigada pela visita, Nilda!!!
Fico feliz que tenha gostado do que faço!
Fique a vontade pra me visitar viu?!
beijos
Argina

Oi! Esse blog é para dividir e somar um cadin de cada coisa boa que faço e quero fazer . Copie o que quiser, mas me deixe um oizinho, tá? Beijocas Nilda.