S U S T O !

Poucas vezes fiquei tão embaraçada para escrever algo depois de algum passeio.. .
Não consigo achar a palavrinha certa para conduzir o meu texto a respeito.
Acho que... SUSTO! Vendo majestosas estações ferroviárias em ruínas, igrejas e capelinhas, algumas centenárias, ao sabor do tempo e da ferocidade dos cupins. Pedaços de seus florões e beirais ricamente trabalhados, espedaçados e corridos. Imagens sacras, verdadeiras obras de arte, muitos de renomados artistas estrangeiros, nos cantos de sacristia as vezes até servindo de escora para alguma coisa também sem valor para quem não se importa talvez até consigo mesmo.
E o susto vai se esticando... Eu e meu marido resolvemos aos poucos, desfrutar um pedacinho da nossa história num passeio pela estrada Real.
Meu Deus! Nem Sei se vamos por muito tempo. É tanta falta de respeito com nosso passado... Até o padre responsável pela capela de Chiador, deixou seus ilustres fiéis ( para o Pai) porque para o padre ilustre é quem tem aqueeeeeeeeele dízimo para dar. Então como nem tudo está perdido, uma jovem senhora, abre a capela de vez em quando reza com outras famílias irmanadas na mesma realidade da verdadeira fé, fazendo depois uma distribuição de roupas, brinquedos, balas e doces.
Ao fim do terceiro dia choramos numa conversa enquanto tomávamos café.
O que fazer?
Como contribuir na nossa insignificância? Quem pode só quer encher seus bolsos de dinheiro, deixam de lado o talento, que todos temos, e nem ligam para um objetivo nobre que atingirá a um bem maior para acrescentar valores no que já os tem.
Lado a lado o progresso devastador urra como leão raivoso ao som de máquinas gigantescas num vai e vem de terras cavoucadas nos morros que antes faziam parte da paisagem esculpida pelo artista maior, DEUS.






Pedaços não aguentam.



A poeria soberana.



Portas e janela fecham o abandono.



Um artista começou a restauração pelo altar mas, infelizmente morreu.





Caindo... Caindo... Caindo... Num cenário tão lindo.



Naquele coreto, além da retreta eram feitos leilões de gado e lindas prendas.


Não fotografei a sacristia onde a Biblia escorava um lindo móvel da época, e quatro imagens maravilhosas acompanhavam algumas jarras e castiçais cobertos pelo pó intenso, que faziam companhia a roupas usadas a serem distribuidas oportunamente.



F U I . . .

Minha beijoca de hoje vai para a senhorinha que expontânemente cuida do que resta de um patrimônio tombado por ela mesma.
Não estando autorizada pela mesma oculto o seu nome e sua foto.
Nilda